terça-feira, 10 de abril de 2012

SESC na capa do New York Times

É uma época de estreitamento das relações entre Brasil e EUA - primeiro a  flexibilidade para a obtenção de visto;  hoje noticiado o compromisso firmado entre os presidentes  Obama e Dilma de eliminarem, definitivamente,  a exigência do procedimento para viagens de brasileiros e americanos. Acordos comercias, novos consulados e destaque para as ações de sucesso nas mais diversas áreas, são exemplos do olhar mais atento que o mundo, agora recessivo, direciona para nosso país pertencente ao grupo autônomo, produtivo.  


Fazendo parte desta onda, o sistema de financiamento adotado pelo SESC (Serviço Social do Comércio) foi chamada de  primeira página do “New York Times  de 27 de março. Uma avaliação positiva da instituição e do modelo adotado – singular e invejável segundo vários gestores de programas culturais de países desenvolvidos.


O texto,  escrito pelo ex-correspondente Larry Rother, ressalta que enquanto organizações culturais em todo o mundo cortam  programas para se adaptarem à redução das receitas, agravada pela crise que a partir de 2008 atingiu os EUA e Europa, o Brasil colhe frutos do crescimento econômico de 7,5% em 2010 e  2,7% em 2011. A economia cresce e com ela a oferta de empregos, as remunerações pagas. E daí vem o crescimento orçamentário do SESC que foi em torno de 12% em 2011–a entidade privada sem fins lucrativos, cujo papel é consagrado na Constituição Federal, recebe de empresas do comércio e dos serviços uma taxa compulsória  de 1,5% sobre a folha de pagamento.  


“O Sesc é um modelo maravilhoso que nós deveríamos ter no mundo inteiro”, disse ao jornal NYT a produtora cultural Nan van Houte, atualmente diretora do Instituto de Teatro da Holanda e ex-presidente da International Network for Contemporary Performing Arts. “Integrar tudo, ter teatros, piscinas, bibliotecas, restaurantes, workshops e museus, tudo junto, é [uma ideia] muito inteligente. Isso faz com que a cultura se torne parte do dia a dia, e não uma coisa à parte”, afirmou Van Houte.


Danilo Miranda, diretor do Sesc de São Paulo e  citado na matéria, é muito conhecido  entre os profissionais do mercado cultural por conta das parcerias internacionais, das escolhas curatoriais que faz  e da forma como conduz sua gestão.  No artigo, falando de orçamento, ele traz cifras – algo equivalente a US$ 600 milhões por ano.  É quase o  que o  National Endowment for the Arts ¹  gasta em todo o Estados Unidos.


O SESC opera em todos os 27 estados do Brasil. Financia , além de programas culturais, atividades recreativas, cursos educacionais e projetos da área de saúde.  No estado do Rio de Janeiro são 22 unidades, espalhadas pelos diversos municípios e beneficiando desta forma a população residente em regiões mal, ou mesmo não atendidas pelo poder público.  Em uma rápida pesquisa dos equipamentos culturais divulgados no site da SEC ( Secretaria Estadual de Cultura), o cenário apresentado foi:  Rio de Janeiro: 35 espaços,  Duque de Caxias: 1 espaço,  Petrópolis: 1 espaço e nenhum espaço em Campos, Nova Iguaçu e Teresópolis.  Todos exemplos de  municípios que contam com a presença de uma unidade do Sesc, o que demonstra que a concentração das ações,  até  melhor equacionada, porém ainda não totalmente resolvida  com os Pontos de Cultura², há muito tempo foi pensada quando da divisão regional da atuação da entidade.  E  este alcance, comparando  com o dos projetos incentivados por meio de renúncia fiscal, onde a divisão dos recursos não é tão  democrática e privilegia espaços culturais de determinadas regiões – no caso do Rio de Janeiro o centro da cidade e a zona sul,  tornou-se  seu   ponto forte.   




¹ National Endowment for the Arts  - NEA é uma agência independente do governo federal dos EUA, criada por um ato do Congresso em 1965,  que oferece apoio e financiamento para projetos que apresentam excelência artística.



² Pontos de Cultura é o programa que dá apoio a iniciativas culturais da sociedade civil. Resultado da parceria do Governo Federa (Programa Mais Cultura) com os Governos Estaduais. Os selecionados recebem recursos para a realização de cursos e oficinas, produção de espetáculos e eventos culturais, compra de equipamentos e outras ações. Além disso, participam de qualificações em áreas como Gestão, Cultura Digital, Assessoria Jurídica, Marketing e Produção Cultural.

Em sua última edição – a de 2009 - o edital de Pontos de Cultura no estado do Rio bateu o recorde de inscrições no país e revelou um panorama de mudanças. Dos 715 projetos inscritos, 51% vieram do interior do estado, da Baixada e do Leste Fluminense, enquanto 49% partiram da capital. Isso mostra a inversão de uma tendência histórica e configura um redesenho do perfil cultural do estado.


A princípio, o edital selecionaria 150 projetos. Mas, diante de tanta procura, o MinC e a SEC decidiram incluir mais 80 Pontos de Cultura, totalizando, assim, 230 contemplados, num investimento de R$ 44 milhões. Cada grupo selecionado receberá R$ 180 mil ao longo de três anos (R$ 60 mil por ano).


Outro benefício para os selecionados é que eles passam a fazer parte da Rede Nacional de Pontos de Cultura, tendo, assim, contato com iniciativas culturais de todo o país. Dessa forma, participam de eventos como a Teia Brasil, que reúne todos os pontos de cultura do território nacional.


Fonte: Site SEC- http://www.cultura.rj.gov.br/apresentacao-projeto/pontos-de-cultura-do-estado-do-rio-de-janeiro

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