Terça-feira (25), li um artigo do André Miranda no Segundo Carderno (O Globo) que era um prolongamento de outro, publicado no Correio Braziliense na segunda.
Os dois tratam de mais um incômodo, depois de alguns levantes na midia causados pela aprovação de projetos para mega eventos ou para artistas com carreiras estabelecidas e rentáveis.
A crítica desta vez focou o Rock in Rio. No texto o jornalista pontua:
Orçamento total - 95 milhões
Solicitado pela organização ( só para o âmbito federal - Art 26 da Rouanet ) - 55 milhões
Aprovado pela CNIC - 12,3 milhões
Efetivamente captado ( por meio de 6 empresas ) - 7,4 milhões
O Correio questiona a aprovação para um evento tão lucrativo e excludente para as classes menos favorecidas. Também a própria destribuição de ingressos entre funcionários do MINC, que parece ser algo expressivo.
O Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério, Henilton Menezes, respondeu às críticas alegando que os funcionários precisam estar nos eventos para compreenderem melhor seu papel nas pastas que ocupam. Também lembra que a organização não conseguiu aprovar e nem captar o valor que pretendia inicialmente.
A organização do Rock in Rio, em nota, ressaltou que o Festival trouxe mais de R$ 400 milhões de impacto econômico para o estado do Rio.
Agora tire suas conclusões. Ou agregue esta informação para a construção dela.
Dificilmente usarei este espaço para defender minhas opiniões. Até porque no ponto de maturidade que me encontro, para ter um ponto de vista externável, aprendi que é necessário um entendimento profundo, muito embasado. Assim, mesmo que esteja errada, ao menos não terei sido leviana ou superficial.
Mas o certo é, para nós, agentes, profissionais deste mercado, é fundamental o entendimento das políticas públicas de fomento. Todos os elos que ela envolve - note, muitas vezes só observamos o lado onde nos encontramos nesta cadeia. Esta compreensão ampla nos ajudará a avançarmos como profissionais, sermos realmente úteis no processo, e principalmente, a escolher onde queremos estar. Que tipo de projetos vamos estar envolvidos, em quais empresas ou espaços culturais vamos nos sentir mais felizes em trabalhar.
Chamo a atenção aqui, não para o certo e o errado.
Mas para a questão de alinhamento dos perfis, o perfil de cada ponta nas relações de trabalho.
Por que decidi trabalhar com arte e cultura? Por que estou aqui?
Eu sei o meu perfil. Vc? Sabe o seu?